quarta-feira, 18 de junho de 2008

Inteligência coletiva

Tema ligado à cibercultura que é muito discutido atualmente, a inteligência coletiva é definida pela Wikipédia, que é um exemplo de produção desse tipo de inteligência como “um conceito surgido a partir dos debates promovidos por Pierre Lévy sobre as tecnologias da inteligência, caracterizado por um novo tipo pensamento sustentado por conexões sociais que são viáveis através da utilização das redes abertas de computação da Internet”, tendo como suas principais características “o uso da interatividade, das comunidades virtuais, dos fóruns, dos weblogs e wikis para construir e disseminar os saberes globais, baseados no acesso à informação democratizada e sua constante atualização”. Alves (1998) também fala sobre o posicionamento de Lévy sobre o que seria a inteligência coletiva, afirmando que segundo ele a inteligência coletiva seria “uma inteligência globalmente distribuída, incessantemente valorizada, coordenada em tempo real, que conduz a uma mobilização efetiva das competências”, estando em “constante processo de construção onde todos os saberes são valorizados. A ênfase, portanto, desloca-se do quantitativo para o qualitativo. Respeita-se a identidade cognitiva do ser, mas a busca é pela construção coletiva”.
Para Lévy, a inteligência coletiva é “a valorização, a utilização otimizada e a criação de sinergia entre as competências, as imaginações e as energias intelectuais, qualquer que seja sua diversidade qualitativa e onde quer que esta se situe”.

Costa afirma que a inteligência coletiva é “a valorização, a utilização última e a colocação em sinergia das competências, das imaginações e das energias intelectuais, qualquer que seja sua diversidade qualitativa e onde quer que elas se encontrem”.

Segundo Lemos (2004), a inteligência coletiva busca “aproveitar o potencial agregador da rede para o exercício da cidadania”, que é muito mais do que simplesmente viabilizar o acesso à Internet. Lemos fala também sobre o capital da inteligência coletiva segundo Lévy, afirmando que “Para Lévy o capital da inteligência coletiva se dá pela valorização dos capitais social, intelectual, cultural e técnico. O capital social refere-se à densidade e à qualidade das associações e redes relacionais. O capital intelectual remete às obras e concepções originais (valor da propriedade intelectual), mas também a educação e a competência da população (valor do capital humano). Já o capital cultural está vinculado ao teor e a organização da “enciclopédia” de uma cultura. Trata-se da coerência e pertinência de sua rede semântica. Por fim, o capital técnico é a soma do estado geral das técnicas, redes de transporte e de comunicação, mídias, computadores, softwares, suportes de memória e de percepção coletiva”.

Fica claro então que a inteligência coletiva é um conceito que busca a articulação em rede, a produção colaborativa e a preservação da liberdade do conhecimento e do produto da inteligência humana, potencializando ainda mais a capacidade humana de solucionar problemas, propor novas estratégias e questionar a dinâmica social na qual está inserido, afim de modificá-la de forma significativa.

Referências Bibliográficas

ALVES, Lynn Rosalina Gama. Novas Tecnologias: instrumento, ferramenta ou elementos estruturantes de um novo pensar? Disponível em: http://www.lynn.pro.br/pdf/art_artuneb.pdf . Acesso em 24/04/2007.

LEMOS, André. Cibercidades: um modelo de inteligência coletiva. Disponível em: www.facom.ufba.br/ciberpesquisa/andrelemos/modelo.pdf . Acesso em 24/04/2007.

LÉVY, Pierre. Cibercultura. Tradução de Carlos Irineu da Costa. São Paulo, ed. 34, 1999.

RONCA, Antônio Carlos Caruso e COSTA, Rogério da. A construção de uma democracia cognitiva. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/spp/v16n4/13571.pdf. Acesso em 24/04/2007.

WIKIPÉDIA. Enciclopédia Livre. Inteligência coletiva. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Intelig%C3%AAncia_coletiva. Acesso em: 24/04/2007
. Acesso em: 24/04/2007.

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